segunda-feira, 21 de setembro de 2009

20 Anos de Resistência, Lutas e Desafios


Maria Isabel Castro Costa
Presidenta


As trabalhadoras domésticas comemoram, em 2009, os 73 anos de sua organização sindical , no Brasil. No Maranhão, O Sindicato das/os Trabalhadoras/es Domésticas/os comemora seus 20 anos, marcados por uma história de invisibilidade, discriminação e exclusão social, mas também de muitas lutas, conquistas, determinação e alegrias. Estudiosos/as dizem o trabalho doméstico é exercido, no Brasil, por cerca de 6 milhões de pessoas, em sua maioria mulheres negras. Segundo a PNAD — Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, em 1999, no Maranhão a categoria contava com cerca de 122.744 trabalhadoras/es. Deste montante, 116.153 eram mulheres (com 5.767 meninas de 10 e 14 anos de idade) e 6.591 homens (com 824 meninos de 10 a 14 anos de idade). Somos a maior categoria de trabalhadoras/es do país e também com uma maior jornada de horas de trabalho. Em pleno século XXI, as trabalhadoras que compõem a categoria profissional feminina mais numerosa do país ainda não desfrutam plenamente de direitos. O trabalho doméstico é desvalorizado por ser exercido primordialmente por mulheres, afrobrasileiras e/ou negras, e por pessoas de baixa escolaridade/renda. O trabalho doméstico é realizado na “esfera privada”, mundo onde o Estado não intervém, permitindo relações discriminatórias e práticas violentas. Isto ajuda a entender porque o trabalho doméstico formal é extremamente precário e raro no país, principalmente no nordeste.


Não podemos admitir que esta categoria seja tratada ou vista como uma extensão da mesma das/os trabalhadoras/es do período da escravidão, pois ela se tornou indispensável diante das necessidades do mundo moderno em que a mulher (dona-de-casa) ou homem sai para o trabalho fora de casa, deixando no seu lugar, geralmente, uma outra mulher, a empregada doméstica. Esta trabalhadora executa quase todas as funções da “dona de casa”: lavar (quando contratada para lavar), cozinhar (quando contratada para cozinhar), passar e arrumar (quando contratada para ser arrumadeira ou passadeira), cuidar de crianças (quando contratada para ser babá), etc. Porém, estas funções não são mais, neste âmbito, uma atividade doméstica pessoal e sim, agora, profissional, pois é desse trabalho que a empregada doméstica irá fazer a “ginástica” para tentar suprir as suas necessidades básicas, tais como: saúde, alimentação, lazer, educação, transporte, moradia, etc., para si e sua família.





“DE TODAS AS MULHERES

BRASILEIRAS QUE EXERCEM

TRABALHO REMUNERADO, 17%

SÃO EMPREGADAS DOMÉSTICAS.

DO TOTAL DESTAS, 58% SÃO NEGRAS”

(Fonte: CEFMEA)

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